CRUZANDO O CAMINHO DO SOL.





   Autor: Corban Addison
   Editora:Novo Conceito
   Páginas:447
   




         Sita e Ahalya são duas garotas indianas criadas com todo o amor, cuidado e carinho que uma família bem constituída e estruturada pode proporcionar. Vivem confortavelmente em um bangalô perto da praia ao sul de Chennai com seus pais Neresh e Ambini, sua avó Naani e Jaya uma empregada que trabalha a muito tempo na casa da família.
        Sonhos e planos para o futuro não faltavam nas vidas dessas garotas, mas tudo muda definitivamente quando um tsunami atingi a cidade onde elas moram destruindo sua casa e dizimando sua família. 
        Agora, que são órfãs e estão completamente sozinhas precisam encontrar uma maneira de se manterem vivas e a única forma de conseguir isso era chegar até o Colégio St. Mary onde estudavam.
        Por isso elas deixam para trás seu lar destruído pela tragédia para se aventurar nas estradas em busca de ajuda, entretanto o caminho pode ser bastante perigoso para duas garotas tão jovens e desprotegidas, assim elas caem nas mãos de traficantes de mulheres.
        A vida que elas conheciam antes deixou de existir e agora que fazem parte do submundo do tráfico sexual  parece não haver saída e nem salvação para as duas...
       Nos Estados Unidos, conhecemos Thomas Clarke um advogado que possui grandes ambições para sua carreira, mas que está enfrentando problemas tanto profissionais como pessoais. Depois que sua esposa o abandona ele decide aceitar o conselho de seu chefe e ir trabalhar um tempo na Índia em uma ONG chamada Aces (Aliança contra a Exploração Sexual).
      E quanto mais Thomas se envolve no mundo sórdido e com toda a corrupção que permeia o tráfico sexual, ele revolta-se mais com a impunidade e a ausência total de rigor no cumprimento das leis.
      Thomas decide dedicar-se a luta contra a exploração sexual mergulhando fundo nessa causa. E os caminhos e as vidas de Thomas, Sita e Ahalya irão se cruzar e entrelaçar-se de uma forma que o advogado se lançará em uma caçada desenfreada para resgatar e livrar as duas garotas de um destino massacrante.
       Será tarde demais para Sita e Ahalya? Thomas Conseguirá reconquistar a esposa e superar as mágoas do passado? O futuro ainda reserva alguma luz na vida dos três?
         Ache as respostas lendo Cruzando o Caminho do Sol!


  O mundo podia roubar sua liberdade; podia acabar com a sua inocência; podia destruir sua família e arrastá-las por caminhos para além de seu entendimento. Mas não podia privá-las de sua memória. Apenas o tempo tem esse poder, e Sita iria resistir a todo custo.    O passado era tudo o que restava para ela."                     pág.299




    O que dizer de uma leitura que te deixa abismada do começo até o fim? Que te deixa muda e receosa de virar as páginas torcendo para que nada realmente pavoroso aconteça e ao mesmo tempo desejando devorar o maior número de páginas possível querendo saber o que acontecerá em seguida?
   Às vezes eu fico abismada com a capacidade que alguns autores têm de levar as nossas emoções a extremos, e de nos deixar atordoados durante uma leitura.
   Corban Addison provocou tudo isso em mim com Cruzando o Caminho do Sol; depois que conclui a leitura fiquei um bom tempo refletindo como colocaria em palavras tudo aquilo que senti ao ler o livro.
   A história tão engenhosamente criada pelo autor é uma ficção pautada na realidade vivida por milhares de mulheres e crianças vitimas da exploração e do tráfico sexual.
    Esse foi o primeiro livro em que eu não me prendi ao romance da história, a minha atenção estava totalmente centrada nos conflitos envolvendo Sita e Ahalya.
    A narrativa é angustiante e dolorosa, mas apesar disso é ágil e faz com que o leitor fique ávido e ansioso pelo desenrolar dos acontecimentos. O autor ressalta o quanto o ser humano pode ser cruel, perverso e cego de ganância tornando-se insensível ao sofrimento do próximo. E com sua escrita clara, precisa e o seu cuidado na elaboração das cenas que descrevem as violências sofridas pelas garotas, Corban Addison faz com que o choque de realidade tenha um impacto bem mais suportável para o leitor; a exploração sexual, o tráfico de seres humanos, a pedofilia, a escravidão do trabalho são temas bastante perturbadores.
     O livro é dividido em quatro partes, com capítulos narrados em terceira pessoa e intercalados onde o foco ora é centrado em Sita e Ahalya ora é centrado em Thomas. A diagramação é bem elaborada com desenhos sombreados de rosas e onde os capítulos sempre se iniciam com uma frase de algum poeta ou escritor famoso e que estão relacionadas com os acontecimentos de cada capítulo do livro.
      Cruzando o Caminho do Sol nos passa uma mensagem de alerta e nos faz lembrar que apesar de bem camuflada a problemática discutida pelo autor envolve as variadas camadas da sociedade e está mais presente do imaginamos. Realmente uma leitura indispensável.


           

2 comentários:

  1. Ei Rafa!
    Depois de tantos elogios, como não querer ler?
    Quando conseguimos focar em outros itens que não o romance mesmo é sinal de que o livro como um todo conseguiu nos envolver.
    Eu quero!
    Bjins

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  2. Nossa eu não sabia que a história era assim. Me parece bem interessante, com um tema bem forte e angustiante. Imagino a angustia que não deve dar ao ler o livro e torcer para o melhor acontecer.

    Beijos

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